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quinta-feira, 18 de março de 2010


"As coisas que amamos, as pessoas que amamos, são eternas até certo ponto. Duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade. Pensá-las é pensar que não acabam nunca. Dar-lhes moldura de granito. De outra matéria se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos. E todos nós cansamos, por um outro itinerário, de aspirar a resina do eterno. Já não pretendemos que sejam imperecíveis. Restituímos cada ser e coisa à condição precária. Rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre, na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar."



A hora do cansaço- Drummond
1984


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Agente as vezes passa por coisas na vida, se coloca em situações tão complicadas e ,de certa forma, tão constrangedoras que promete nunca mais se permitir aquilo denovo. Ai a vida passa, o tempo passa, e de repente, você se vê ali denovo. E de uma forma diferente a situação se repete igualmente. Não importa o porque, é simplesmente como se a vida quisesse provar que no fim, agente não tem controle nada.
E a unica coisa que você pode fazer, é mudar o ponto de vista, porque se contranger só torna a coisa mais ridicula.



Sem mais (nem menos) para o momento.
Grata!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Malfadizendo"...


Porque é que sempre que as coisas estão bem, agente inventa de inventar uma novidade, de cortar o cabelo ou de arrumar um "curso" novo....? Ê lêlê

Pois é:
A modinha do meu carnaval foi um remix das piores mais tocadas. Só na batidinha do "complication" _____________________________________________


Foi como se de repente todas aquelas ideias, que estavam presas nas pontas dos cabelos, escorregassem por dentro e dessem de encontro justamente com as batidas eufóricas do coração. Bem no meio da garganta, engalfinhando-se para vê quem tinha mais razão, bem na hora que precisava falar. Só não sabia o que. Toda vez que uma ideia torta tentava sair, vinham aquelas, benditas e atravessadas palpitações dando saltos e agarrando-as pelo pé. Sentiu um nó. Que confusão se fez.

Tinha raiva, se tinha desejo, se tinha curiosidade, e se tinha medo, já não tinha muita opção. Sentia que agora só podia tentar dá um jeito de acabar com aquela bagunça lá dentro. Buscando conforto no conformamento, choveu de dentro pra fora, e de fora pra dentro. Pronto, o pranto.

Só disse: é que por trás das minhas paixões, vejo nuvens de ilusões também, meu bem. Mas também vejo muitas borboletas a voar, lá no céu que a gente tem

E continuou sem saber quem tinha razão, se a cabeça ou o coração, mas pelo menos por enquanto, encerrou-se a confusão.


iLoveMafalda

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sobre ser jardim.




Eu ouvia dois sujeitos conversarem sobre qualquer coisa que envolvia um tal de auto-desacato. Na hora não entendi muito bem, mas foi ai que um deles deu em "tapinha" de leve nas costas do outro, e começou a explicar:
É como se cada um fosse um jardim - dizia o sujeito ficando de pé em frente ao outro- e cada um tem de cuidar dele para si mesmo, plantando e colhendo e guardando lá só as flores que tem cores e formas de seu agrado, pra que sinta-se sempre satisfeito consigo mesmo. Mas é inevitável que algumas alturas da vida a grama acabe sendo um pouco esquecida, e as árvores mal podadas, e algumas flores de cheiro que não te agrada vão tomando conta do seu espaço. Mas é nessa hora que precisa lembrar-se que apesar de não viver só no mundo, o seu mundo tem que ser do seu jeito. Afinal, são as flores que você admira que vão fazer algumas pequenas pragas valerem a pena.


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Coisas quebradas são para serem consertadas, todo lixo deve ser reciclado, até as folhas mortas viram adubo, e até mesmo as pessoas - e principalmente as pessoas - são para serem restauradas.
Tudo na vida se emenda, se remenda, se inventa.
Foi como arrancar as ervas daninhas do meu jardim, desfazendo quase tudo que não devia ficar. Algumas manias sem sentido, algumas pessoas sem futuro, alguns caminhos esquisitos.
Vou ficando só com que havia de bom, e mesmo não sendo muito, é como se gostar mais. Agora? agora é hora é plantar, construir.



Vem 2010, vem.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carlos Drummond de Andrade

Não há tanto o que dizer sobre ele, alias, dizer é arte dele. E quanta Arte.
Meu Poeta Preferido







Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Carlos Drummond
Cidadezinha Qualquer -1930


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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Eu não sei começar...(?)


Como se deve começar um Blog? Falando da gente, do que pensamos, do que passamos, do que sentimos...? Não sei. Bom, então que tal começar falando exatamente disso, do que simplesmente não sei. Assunto longo pra se começar qualquer coisa. Principalmente quando se trata de mim, que na maioria do tempo, acho mesmo que não sei de nada, de nada. Mas tudo bem, afinal a essa altura da vida (não que ela já esteja tão alta assim) já percebi que passar dias afins procurando respostas, tentando entender a si e como devemos ser já não é o meio mais seguro de se viver. Em 99% dos casos chegasse ao fim da vida descobrindo que não se fez absolutamente nada. Afinal, o entender é a coisa mais complexa e “demorosa” a se concluir.

E como se não bastasse as dificuldades costumeira de se entender uma pergunta e achar/criar uma resposta, sempre haverá a maldita da virgula, é a virgula mesmo. Esse maldito pontinho de rabo, escorregadia que só ela. Muda tudo, todos os sentidos, todas as perguntas, inválida as respostas.

Por isso mesmo fica ai a dica: se por acaso você um dia entender que achou todas as respostas, então escreva um livro, publique-o rápido, você certamente ficará milionário. Será um explosivo sucesso momentâneo, afinal de contas suas respostas validaram por no máximo 15 dias, e logo todas as perguntas serão mudadas.



É, bem sofrida essa vida de gente que se apega a respostas, a perguntas, a virgulas... Entender a vida é mesmo a coisa que menos sei se devo tentar fazer. Tá ai, só mais uma coisa que (ainda) não sei.